Friedrich Nietzsche, filósofo e poeta prussiano, já dizia: “Temos a arte para não morrer ou enlouquecer perante a verdade. Somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida.”
Em tempos tão complicados como os de agora, a arte é um refúgio contra o endurecimento da alma. Ela possibilita um diálogo entre quem a pratica e quem a observa, criando ricas descobertas e aprendizagens para a vida. É uma das poucas ferramentas capazes de trazer um sorriso, uma paixão, uma vontade de deixar as coisas mais leves, de trazer algum sentido para o mundo.
Mais do que uma característica essencial de uma sociedade, a cultura pode ser considerada como o elemento principal que difere uma nação de outra. Os costumes, a música, a arte e, principalmente, o modo de pensar e agir, fazem parte da cultura de um povo e devem ser preservados para que nunca se perca a singularidade do coletivo em questão. Em outras palavras, é o elemento principal da constituição da identidade do sujeito, o que faz uma comunidade ser coesa e ter distinção no mundo. Ela nos torna únicos em relação ao mundo.
A DEFINIÇÃO DE CULTURA
A palavra cultura deriva do latim, colere, que tem como significado literal “cultivar”. Partindo desse princípio, percebemos que se trata de uma herança acumulada ao longo dos anos, e que deve ser preservada.
Durante muito tempo, o termo cultura foi estudado e acabou sendo dividido em três categorias:
- Cultura segundo a Filosofia: um conjunto de manifestações humanas, de interpretação pessoal, e que condizem com a realidade;
- Cultura segundo a Antropologia: termo compreendido como uma soma dos padrões aprendidos e que foram desenvolvidos pelo ser humano;
- Cultura Popular: associa-se a algo criado por um determinado grupo de pessoas que possuem participação ativa nessa criação. Música, arte e literatura são exemplos que podem ser utilizados.
Por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um povo se caracteriza como um modelo comportamental, integrando segmentos sociais e gerações à medida que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades. Entretanto, é necessário lembrar que essa percepção individual tem grande influência por parte do grupo. As escolhas selecionadas ou valorizadas pelo grupo tendem a ser selecionadas na percepção pessoal.
A IDENTIDADE CULTURAL
É preciso entender que a formação cultural se conecta com a educação e com o desenvolvimento da capacidade sensorial dos indivíduos. Não é possível haver avanços econômicos ou estruturais de um país sem leitura, sem conhecimento básico de teatro, dança, cinema, literatura, música, artes visuais, gráficas e plásticas.
A identidade cultural, em níveis diferentes, constrói a consciência do povo. Isso ocorre devido à necessidade de comunicação, e aquele que se comunica o faz por meio de certos meios e formas.
Um dos objetivos de democratizar a cultura é aumentar o acesso aos bens culturais que já existem, possibilitando que as pessoas possam desenvolver o seu próprio modo de ser e participar da comunidade como um todo.
O acesso à cultura depende de alguns aspectos específicos: o acesso físico permite a melhor distribuição dos equipamentos culturais e também possibilita o transporte de todas as pessoas, independentemente de onde residam (periferia, subúrbio, centro); o acesso econômico está relacionado aos custos de participar dos eventos culturais de uma cidade ou comunidade, portanto, deve-se pensar na relação custo-benefício entre a criação e o consumo artístico; e o acesso intelectual, que é responsável pela compreensão do produto artístico, formando público e agentes culturais.
O Brasil possui uma vasta herança cultural, devido à diversidade histórica do país. Cabe nossos governantes e entidades saberem direcioná-la da forma como se deve.
Viva à arte e cultura!